PARA DEFENDER A DEMOCRAÇIA
Chitpas Bhirombhakdi nasceu no seio de uma família da elite asiática,
multimilionária e protetora da monarquia, mas decidiu nadar contra a corrente.
Aos 27 anos perdeu o apelido de família e a herança de mais de dois mil milhões
de euros para defender o seu povo e lutar pela instauração os ideais
democráticos na Tailândia, por oposição à monarquia.
Os protestos na Tailândia, que já fizeram oito mortos e centenas de
feridos, prolongam-se desde dezembro de 2013, com manifestantes a paralisarem a
capital tailandesa para forçar a saída do poder da primeira-ministra, Yingluck
Shinawatra.
Entre os manifestantes, de punho em riste e em cima de uma escavadora, não
passou despercebida Chitpas Bhirombhakdi. Multimilionária, herdeira da elite do
país, juntou-se ao povo, pronta para ajudar os milhares de ativistas que no mês
passado tentaram invadir a casa do governo, em Banguecoque, na Tailândia.
"Costumavam chamar-nos minoria silenciosa. Bem, agora acabou-se o
silêncio", disse Chiptas aos jornalistas. A jovem multimilionária foi
vista a cuidar dos camaradas feridos, o que desencadeou grande polémica.
Fotografias da líder ativista ocuparam as primeiras páginas dos jornais
locais e redes sociais, revelando as aspirações revolucionárias da herdeira de
um dos principais impérios económicos da Tailândia, construído em torno da
popular cerveja Singha, produzida pela empresa da família.
As grandes famílias de Banguecoque apoiam um movimento para fortalecer o
papel da monarquia, já influente no país. Assim, as atitudes de Chiptas não têm
agradado à família, acostumada a resolver as questões políticas de forma
discreta.
O pai da jovem fez uma declaração em que anunciava que ia retirar à filha o nome de família, para que ela pudesse "continuar a desenvolver as suas atividades sem ferir" os seus negócios.
O pai da jovem fez uma declaração em que anunciava que ia retirar à filha o nome de família, para que ela pudesse "continuar a desenvolver as suas atividades sem ferir" os seus negócios.
Os esforços da família de Chiptas para se distanciar das atividades
políticas da jovem ativista não impediram que a casa fosse atacada com um
dispositivo explosivo, logo após serem divulgadas imagens da jovem a liderar os
protestos democratas em frente ao Palácio do Governo.
Ainda assim, a aristocrata de 27 anos afirma que iniciou "uma viagem
em direção ao seu sonho de infância: ser primeira-ministra" da Tailândia.
"Muitos tailandeses não entendem o verdadeiro significado da
democracia, especialmente em áreas rurais", disse Chiptas.
A jovem ativista insiste que os democratas não vão arredar pé das eleições.
Novelas 19 de Janeiro de 2014
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