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domingo, 19 de janeiro de 2014

MILIONÁRIA PERDE HERANÇA


PARA DEFENDER A DEMOCRAÇIA

Chitpas Bhirombhakdi nasceu no seio de uma família da elite asiática, multimilionária e protetora da monarquia, mas decidiu nadar contra a corrente. Aos 27 anos perdeu o apelido de família e a herança de mais de dois mil milhões de euros para defender o seu povo e lutar pela instauração os ideais democráticos na Tailândia, por oposição à monarquia.
Os protestos na Tailândia, que já fizeram oito mortos e centenas de feridos, prolongam-se desde dezembro de 2013, com manifestantes a paralisarem a capital tailandesa para forçar a saída do poder da primeira-ministra, Yingluck Shinawatra.
Entre os manifestantes, de punho em riste e em cima de uma escavadora, não passou despercebida Chitpas Bhirombhakdi. Multimilionária, herdeira da elite do país, juntou-se ao povo, pronta para ajudar os milhares de ativistas que no mês passado tentaram invadir a casa do governo, em Banguecoque, na Tailândia.
"Costumavam chamar-nos minoria silenciosa. Bem, agora acabou-se o silêncio", disse Chiptas aos jornalistas. A jovem multimilionária foi vista a cuidar dos camaradas feridos, o que desencadeou grande polémica.
Fotografias da líder ativista ocuparam as primeiras páginas dos jornais locais e redes sociais, revelando as aspirações revolucionárias da herdeira de um dos principais impérios económicos da Tailândia, construído em torno da popular cerveja Singha, produzida pela empresa da família.
As grandes famílias de Banguecoque apoiam um movimento para fortalecer o papel da monarquia, já influente no país. Assim, as atitudes de Chiptas não têm agradado à família, acostumada a resolver as questões políticas de forma discreta.
 O pai da jovem fez uma declaração em que anunciava que ia retirar à filha o nome de família, para que ela pudesse "continuar a desenvolver as suas atividades sem ferir" os seus negócios.
Os esforços da família de Chiptas para se distanciar das atividades políticas da jovem ativista não impediram que a casa fosse atacada com um dispositivo explosivo, logo após serem divulgadas imagens da jovem a liderar os protestos democratas em frente ao Palácio do Governo.
Ainda assim, a aristocrata de 27 anos afirma que iniciou "uma viagem em direção ao seu sonho de infância: ser primeira-ministra" da Tailândia.
"Muitos tailandeses não entendem o verdadeiro significado da democracia, especialmente em áreas rurais", disse Chiptas.
A jovem ativista insiste que os democratas não vão arredar pé das eleições.
 
Novelas 19 de Janeiro de 2014



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